A Saúde Mental vem ganhando mais espaço para ser discutida na nossa
sociedade. Iniciativas como o “Setembro Amarelo”, mês destinado à campanha de
prevenção ao suicídio são ainda muito recentes no Brasil, mas trazem a esperança de
que sejam dadas as devidas atenções para o tema que é tão sério e complexo. Os índices da Organização Mundial da Saúde (2019) são alarmantes, uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio no mundo. Também, o suicídio foi a segunda principal causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito.
Os suicídios são evitáveis, mas estratégias de prevenção e políticas públicas
voltadas para o tratamento de transtornos psiquiátricos como Depressão, Esquizofrenia
e Dependência Química precisam ter mais espaço na nossa sociedade. A Internação
Psiquiátrica, tratamento destinado para casos graves, onde os pacientes apresentam risco
de autoagressão e/ou heteroagressão, exposição moral/social e intoxicação por abuso de
substâncias psicoativas é a indicação de tratamento no momento mais agudo da crise
para que se evite um desfecho negativo.
Essa abordagem de tratamento ainda carrega preconceito e estigma, por vezes
por falta de conhecimento, outras por um passado onde em alguns contextos não fora
utilizada de forma adequada. Porém, hoje, os dados nos mostram que tratar os
Transtornos Psiquiátricos se torna cada vez mais urgente, mas isso deve ser feito de
forma adequada e indicada conforme critérios médicos e jurídicos.
Em fase aguda de alguns Transtornos Psiquiátricos, o paciente não apresenta
crítica da sua condição. Sintomas Psicóticos de desconexão com a realidade trazem um
risco para a sua integridade física e para as pessoas com quem convive. Diante desse
cenário, privar o paciente de um tratamento adequado, é quase uma sentença de morte.
Por isso, apenas para casos graves, a interface entre a Medicina e o Direito se torna
necessária, dando espaço para as Internações Compulsórias. Essas internações deverão
ser feitas em unidades de saúde, hospitais gerais e hospitais psiquiátricos, com aval de
um médico e prazo que em média é de 20 a 30 dias de internação. Após a estabilização da condição do paciente, o tratamento deve seguir de forma ambulatorial, com
psicofármacos, psicoterapia e tratamento multiprofissional.
Os familiares do paciente por vezes também estão muito adoecidos e apresentam
grande sofrimento psíquico, porém tem a difícil tarefa de reconhecer os sintomas e
encaminhar o familiar para um tratamento adequado. Para que isso ocorra, seguimos
com a necessidade de falar, educar e orientar as pessoas sobre prevenção, tratamento
e medidas para lidar com os Transtornos Psiquiátricos.
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